CRUSTAPANHA

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Estudo da ecologia, biologia e dinâmica populacional dos pequenos caranguejos com interesse comercial existentes ao longo da costa Portuguesa: contributo para a regulamentação e gestão sustentada da pequena pesca e apanha de pequenos caranguejos.

O PROJETO

Em Outubro de 2016 a Universidade do Algarve realizou uma reunião convidando as Associações de Pescadores e Organizações de Produtores do Algarve (pdf da primeira reunião de apresentação do projeto). O objetivo foi apresentar um esboço da ideia do projeto (pesca do caranguejo) e do estudo a desenvolver. Desta reunião existe unanimidade para apoiar o estudo relativo à pesca do caranguejo. Desta forma este foi um projeto montado numa estrutura “bottom-up” em que a comunidade piscatória apresentou as questões acerca do caranguejo que queria ver ser respondida. Os elementos representantes das diferentes associações focaram ainda que este deveria ser um assunto de interesse nacional e por isso lançaram o desafio de estender este estudo a nível nacional. O projeto é submetido em dia 03-03-2017 e as notícias do financiamento aprovado são dadas em Março de 2018 (ref.ª RT-059/18, de 13/03/2018). O projeto iniciou-se em maio de 2018 e conta com o apoio de inúmeras Associações de Pescadores; Organizações de produtores e voluntários/colaboradores.

A APANHA E PESCA DE CARANGUEJOS

Apesar do quase completo desconhecimento acerca do seu estatuto real e estado atual, a pescaria de caranguejos nos sistemas estuarinos e lagunares constitui potencialmente uma importante atividade socioeconómica, praticada tanto por pescadores profissionais como amadores. Por exemplo, a espécie Afruca tangeri cuja pinça é retirada para consumo (ficando teoricamente o animal vivo após a remoção da pinça, mas não comprovado cientificamente a sua percentagem de sobrevivência) é uma tradição comum no Algarve podendo atingir preço de 28€/kg (Fonte: Pescadores da Ria Formosa). Pescadores locais mencionam que esta espécie foi alvo de forte apanha para comércio de sopa liofilizada por parte da apanha ilegal de mariscadores espanhóis. Segundo pescadores locais outra espécie de caranguejo que suportou à duas décadas cerca de 20 famílias de pescadores foi o Carcinus maenas no Rio Sado (porto da carrasqueira) onde esta pesca continua atualmente com número reduzido de pescadores. Na Ria de Aveiro existem igualmente atualmente pescadores/mariscadores que se dedicam exclusivamente à apanha desta espécie (caranguejo verde) que têm como fim o mercado espanhol (Fonte: pescadores locais). No entanto, em termos documentais (relatórios técnicos, literatura contemporânea, informação em museus) existe muita pouca informação sobre estes caranguejos tornando-se difícil compreender a sua extensão, importância e capturas.

Ano de 1913, Pesca do pilado em Aveiro, um dos poucos registos da pesca do caranguejo (A pesca do Pilado – Polybius henslowii, uma variedade de caranguejo in “Os Jornalistas Ingleses no Porto”, Nº366, 24 Fevereiro 1913)